Colelitiase
A colecistolitíase é uma das doenças mais comuns do aparelho digestivo, e constitui um importante problema de saúde nos países desenvolvidos.
A presença de cálculos biliares é relativamente comum em adultos. Estudos epidemiológicos e de investigação clínica demonstram uma incidência de litíase biliar em cerca de 20% a 30% da população, sendo que a grande maioria dos pacientes é assintomática.
Como se formam os cálculos?
Os cálculos biliares são classificados em cálculos de colesterol e cálculos pigmentares. Os de colesterol são subdivididos em puros e mistos, sendo os mistos os mais prevalentes. O colesterol, principal constituinte dos cálculos, é relativamente insolúvel em água e mantém-se em solução na forma de micelas mistas com os sais biliares. Quando a capacidade de solubilização do colesterol por parte da bile chega ao limite ocorre um desequilíbrio na saturação das substâncias constituintes dos cálculos (sais biliares, colesterol e sais de cálcio), predispondo à supersaturação da bile, precipitação de cristais e, consequentemente, à formação dos cálculos.
Sintomas
A principal queixa relacionada à colelitíase é a dor aguda contínua caracteristicamente localizada em hipocôndrio direito/epigástrio que, por vezes, pode irradiar para a região escapular. Alguns pacientes relatam que a dor surge cerca de 1 hora após refeições ricas em gorduras. Outros pacientes podem ainda ter sintomas dispépticos (eructações, plenitude, náuseas), após ingesta gordurosa, ou mesmo um “mal estar” vago e impreciso.
A presença de febre ou outros sinais inflamatórios falam a favor de colecistite. Já a presença de bilirrubinas e fosfatase alcalina elevados podem indicar presença de cálculo no colédoco ou outras causas de icterícia obstrutiva.
Diagnóstico
Quando o paciente se apresenta com as queixas anteriormente mencionadas, a confirmação da suspeita diagnóstica de colelitíase pode se dar com uma ultrassonografia (USG) abdominal. Este é o melhor e mais sensível método diagnóstico da colelitíase, apresentando uma sensibilidade e especificidade superior a 90% ao demonstrar imagens ecogênicas, que causam uma sombra acústica posterior.
Tratamento
Uma vez diagnosticada a colelitíase em paciente sintomático, o tratamento definitivo é a colecistectomia, procedimento cirúrgico, que pode ser convencional ou laparoscópico.
A introdução da técnica laparoscópica em 1985 foi um fator importante na colecistectomia, por representar técnica menos invasiva, resultado estético melhor e menor risco cirúrgico, se comparado ao procedimento laparotômico (corte convencional).